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REVOLUÇÃO RUSSA

Conheça a revolução que sucedeu a queda da família Romanov.
Por Bianca Nobre e Maria Beatriz Bartoly
Atualizado em 29/10/2016
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  A Rússia forçosamente iria passar pela turbulência revolucionária, pois era um país feudal em pleno século XX. Não tinha constituição, o povo não possuía quaisquer garantias ou direitos civis e tudo pertencia ao Czar. Ele e sua família eram quem determinavam o destino do povo. Até mesmo um pedido de mudança de nome tinha que ser feito ao Czar e por ele concedido, se fosse o caso. A classe nobre vinha logo abaixo da família imperial e do clero, a burguesia que surgia era praticamente excluída da política e a grande maioria, o povão, era composta de operários, pequenos funcionários e comerciantes e, na zona rural, por camponeses. O senhor da terra, geralmente um nobre, possuía tudo e o camponês trabalhava, mas não era o dono da terra e tinha que prestar contas ao dono. Somente alguns, em regiões longínquas, possuíam uma pequena porção de terra e alguns animais. O resto era muito pobre.

 

*1(“A civilização transformou o camponês em burro de carga.”)


  Os trabalhadores das cidades (proletariado) não tinham quaisquer regras de trabalho, como horário e segurança, nem férias ou outros benefícios. Trabalhavam em condições terríveis, sem escola, hospitais ou qualquer tipo de assistência para si ou suas famílias. Poucos eram os alfabetizados. Diziam que a Revolução Russa foi uma revolução das cidades. Os operários trabalhavam perto uns dos outros e comunicavam-se com os de outras fábricas e assim por diante. A proximidade física os aproximou também politicamente, pois podiam trocar ideias, discutir sobre suas vidas e seus anseios de futuro. O campo só entrou na Revolução por tabela, por assim dizer, e também por promessas de reforma agrária, que dividiria a terra entre eles.

*2(“...o proletariado no poder surgirá ao campesinato  como uma classe emancipadora.” / “...o poder virá para as mãos daquela classe que desempenhou o papel principal na luta – em outras palavras: para as mãos do proletariado.”)

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    A Revolução, na verdade, foi composta de duas revoluções. A primeira, a de fevereiro, pôs Alexandre Kerensky no governo. Kerensky era um advogado socialista que exercia sua profissão defendendo os interesses de trabalhadores e prisioneiros políticos, mas ao chegar ao poder, não teve força para levar a cabo as reformas que a situação exigia.  Fez acordos com os partidos das classes possuidoras e cometeu seu maior erro político: continuou na Primeira Guerra Mundial.  Ora, o povo queria paz e pão e a guerra não lhes poderia trazer nada disso.

*3 (“O poder caiu em mãos da burguesia pequeno-burguesa, mascarada com as cores do socialismo.”)


   A Revolução de fevereiro foi um movimento que açambarcou toda a população das cidades, principalmente São Petersburgo e Moscou, envolvendo inúmeros partidos e espalhando-se por todo o país. Porém, como o governo Kerensky não preencheu as expectativas da população, esta se voltou para aqueles que lhe prometiam aquilo com que sonhava ou o que lhe parecia melhor.

*4 (“A Revolução de Fevereiro demonstrou incapacidade para resolver tanto o problema agrário como o nacional.”)


   Tanto que o Partido Bolchevique , de Lênin, em questão de poucos meses, cresceu enormemente, obtendo o apoio de muitos e até de outros partidos, tais como os Socialistas Revolucionários de Esquerda.
Em outubro, enquanto os mencheviques acreditavam nas possíveis mudanças necessárias no país sem uma transformação política abrupta, os bolcheviques, em contrapartida, entediam que as mudanças necessárias só aconteceriam no momento em que os populares tomassem a frente no poder. E assim foi, os bolcheviques tomaram o poder e a guerra civil começou.
   Em 1918, a Rússia foi tomada pela guerra civil comandada pelos bolcheviques diretamente contra as tropas monarquistas. A família Romanov passou a ser vista como traidora e naquele mesmo ano, o avanço do Exército Vermelho foi marcado pela execução da família real. 

 

   Os Romanov foram levados para Tobolsk, no início, que fica na Sibéria. Ekaterinburg fica na parte oriental dos Montes Urais, uma cadeia de montanhas às portas da Sibéria. Em Tobolsk, eles ficaram presos na casa do governador.  Depois o czar foi levado supostamente para ser julgado em Moscou. A czarina resolveu ir com ele e levou consigo a grã-duquesa Maria, deixando os outros filhos para trás porque Alexei estava doente. Olga, Tatiana e Anastasia ficaram com ele. Quando o czar, a czarina e a Maria foram para Moscou  com o comissário Yakolev, especialmente designado pelo soviete de Moscou para isso, foram parados pelo Soviete dos Urais que exigiram que Yakolev lhes entregasse o czar e sua família. Yakolev tinha pouca gente consigo e não teve outra alternativa senão ceder. Então eles foram levados para Ekaterinburg, seu destino final. 

Depois de algumas semanas, Anastasia, Alexei, Tatiana e Olga juntaram-se a eles na casa Ipatiev, em Ekaterinburg, onde perderam riquezas e até a dignidade; a dignidade, por exemplo, tinham que fazer "tudo" com guardas vigiando e as grã–duquesas eram humilhadas por estes pelos cantos da casa, já as riquezas como jóias, diamantes eram costuradas pela Czarina em seus corpetes e de suas filhas.
Após de meses isolados em uma madrugada, o Czar Nicolau e sua família foram acordados pelos guardas com a desculpa que o Exército Branco estava por perto, e assim os levaram para o porão, do qual nunca mais saíram vivos.

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   A explicação dada ao extermínio e a incriminação da família do czar passou a se enfraquecer no momento em que o regime socialista russo entrou em crise nos finais do século XX. A imagem sobre os Romanov estabeleceu uma grande polêmica entre os russos. Os cristãos ortodoxos os consideravam santos mediante as terríveis perseguições que sofreram. Não por acaso, a própria Igreja decidiu promover o processo de canonização da família Romoanov. 

Ler mais sobre  Canolização.


A Revolução saiu vitoriosa após o Exército Vermelho, organizado por Leon Trotsky, vencer o exército branco. 
“Branco” queria dizer não somente os monarquistas, mas também aqueles que, sendo republicanos, não queriam os bolcheviques no poder. De qualquer forma, os brancos foram derrotados e seu comandante, o General Denikin,  foi para o exílio e morreu em 1947.


* Todas as citações são de Trotsky, Leon. "A História da Revolução Russa”- vol.3 O Triunfo dos Sovietes. Ed. Paz e Terra

Informações sobre o assassinato:

    Nomes dos componentes do pelotão: Gregory Nikulin, Piotre Ermakov, Mikhail Kudrin, Paul Medvedev, Alexei Kabanov, Mikhail Kabanov, Victor Netrebin, um homem chamado somente por Soames e Rudolf Lacher. 
Este último não era russo, mas autores confiáveis dão como certa sua participação na execução. Eram dez homens mais o Yurovsky. 

   Armas utilizadas no massacre:

- Quatorze armas foram usadas naquela noite (16 para 17 de julho, 1918): 
- Seis pistolas: duas  Browning calibres 28 e 32, duas Colt americanas calibre 45 e duas Mauser 32 (as armas mais poderosas);
- Oito revólveres: um Smith & Wesson calibre 42, quatro Nagant calibre 30 e três Nagant (armas russas) calibre 35. 

Das quatorze armas, nove (Nagant e Colt) usavam pólvora, o que causou muita fumaça no recinto. Segundo o relatório de Yurovsky, depois que começaram a atirar, ninguém via quase nada por causa da fumaça.

E no final, 103 tiros disparados.

As jóias que a Czarina costuraram nos corpetes foi um fator essencial para elucidar como elas morreram. Por estarem revestidos de jóias (lembra do ditado "os diamantes são eternos”?), os atiradores não conseguiam acertar as princesas, pois os corpetes agiam como coletes à prova de bala.  Então os atiradores (a maioria  jovens e inexperientes) começaram a ficar nervosos, achando que havia algo de sobrenatural naquilo. 
No final, eles tiveram que usar baionetas para matá-las. 

    Houve, segundo autores que pesquisaram extensivamente o momento do fuzilamento, duas rodadas de tiros. 
As armas naquela época não possuíam tantas balas como hoje e eles precisaram recarregá-las. 
Os onze homens formavam duas filas de atiradores e, durante o tiroteio, alguns da fila da frente ficaram feridos pelas balas dos que atiravam de trás. Exemplo: um ficou ferido na orelha, pois a bala que se destinava à família feriu-o de raspão. Outros ficaram surdos por várias horas por causa do barulho dos tiros bem atrás de si. Lembremos que o porão da casa Ipatiev não era grande. Havia onze vítimas (os Romanov, mais os três empregados e o Dr.Botkin), mais os onze atiradores. 

Confira o documentário dirigido pela National Geographic sobre os últimos dias de vida dos Romanov e a descoberta dos ossos de Maria e Alexei. 

Sou um parágrafo. Clique aqui para adicionar e editar seu próprio texto. É fácil.

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